sábado, 1 de outubro de 2016

Força...


Acho que eu nunca me senti tão forte quanto naquele dia, eu estava no fundo do poço, não havia mais para onde cair, ali era o limite, não dava pra descer mais. Eu me senti bem depois de muito tempo, eu me senti forte. Forte o bastante para acabar com tudo, forte o bastante para acabar com a dor.
Eu disse que estava com dor de cabeça e ia dormir, eu não menti, minha cabeça doía sim, sempre doeu, e eu realmente queria dormir e acabar com a dor. Fui para o quarto, já tinha tudo planejado, fazia tempo que eu tinha tudo planejado, muitas vezes eu quase fui forte o bastante, mas não de fato. Dessa eu fui forte, eu fui forte de verdade e a dor sumiu. Por dois dias inteiros a dor não existia, eu não existia.
Mas aí eu acordei, e a dor estava de volta, minha pele parecia plástico e não conseguia sentir vontade de chorar. Eu me senti fraca, inútil, uma incompetente, eu não tinha conseguido acabar com a dor, não de verdade, não por completo.

Depois disso eu melhorei e piorei em oscilações ao longo dos anos, eu quase fui forte o bastante mais uma vez depois disso, mas não de fato. Às vezes eu penso se em algum momento eu vou ser forte de fato, eu não tenho certeza se quero que esse momento aconteça, mas a dor me faz pensar nisso. Tem dias que eu quero ser forte, tem dias que não, nesse meio tempo eu tento aproveitar quando a dor ameniza o bastante para me deixar sorrir sem me sentir quebrar por dentro.

sábado, 28 de fevereiro de 2015

Conquistas...

Estou deveras empolgada com a próxima semana, a partir de segunda-feira serei oficialmente uma universitária!
Começarei o curso de Artes visuais na UERGS e estou animadíssima com essa nova etapa da minha vida, conhecer pessoas novas e fazer algo que eu adoro, ser arteira. Claro que o nervosismo também está presente, mas a animação e a curiosidade falam mais alto. Me desejem sorte, prometo que a minha parte eu vou fazer!

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

Devaneando pela manhã...

É difícil pensar na razão por que se quer morrer, todas as tristezas se misturam em uma confusão de lágrimas e dores que parecem não vir da própria alma. Por todo lado surgem olhares reprovadores, você é nova demais, eles dizem, você não tem problemas reais, você não passa de uma mimada que não ganhou o pônei que queria no Natal. Não existe maneira certa de explicar, as pessoas nunca vão entender, não importa o quanto sua dor seja real, não importa o quanto sua alma sangre as pessoas nunca entendem que a dor da alma mata mais lenta e dolorosamente do que qualquer outra, e que o pior de tudo é que você não consegue amenizá-la com anestésicos.
Eu ouço as pessoas dizendo que eu preciso ser forte, que eu não posso me deixar abater, que eu preciso me ajudar que eu não tenho motivos para estar doente, mas eu estou. As pessoas dizem que eu não devia tomar esses remédios, que eu devia ter força de vontade pra melhorar, mas elas não sentem o que eu sinto, elas não sabem como é sentir milhares de sensações que me rasgam a alma, sentir frio e calor e dor e raiva e apatia e sono e insônia e solidão e querer ficar sozinha e estar presa e querer chorar e querer parar de chorar e medo e dor, muita dor. Apesar de saber que os remédios vão me deixar levemente entorpecida não existe outra forma, eles me mantém inteira, eles remendam os pedaços de mim e me fazem parar de sangrar, levam embora a vontade de cortar os pulsos e deixar o sangue que afoga minha alma escorrer para o chão.
Eu tentei fingir que nada estava acontecendo, que se eu fosse forte o bastante tudo ia passar, era só uma fase, mas tudo que eu consegui foi perder um dia inteiro, eu me lembro de deitar pra dormir depois de tomar todos aqueles comprimidos e depois nada, quando acordei, sentindo gosto de borracha e sentindo como se fosse feita de plástico ao tocar minha pele, descobri que tinha passado um dia inteiro dormindo e que era o dia seguinte já. E a única coisa que me perguntaram é se eu estava tentando chamar atenção, minha família achou que era tudo pra ter atenção, não levaram a sério, acho que ainda não levam.

Eu sei que dói, vai continuar doendo, tudo que eu posso fazer é amenizar a dor pra tentar continuar vivendo...

sábado, 24 de janeiro de 2015

Dois Anos...



Dois anos.

Eu não sei dizer se isso é bastante ou pouco tempo. Ás vezes parece que faz pouco tempo que começamos a namorar, a euforia e a alegria de estar ao seu lado, a vontade de estar abraçada em ti o tempo todo, como se ao fim do dia cada um tivesse que ir pra sua casa, mas tem outras horas que parece que faz décadas que estamos juntos, a cumplicidade e a segurança que sinto com você, como se eu conhecesse cada pedacinho da sua alma, tal como você conhece cada pedacinho da minha, e a certeza de saber que ao fim de cada dia você estará ali ao meu lado me faz sentir completa, em paz.

Lembro da primeira vez que conversamos, de nosso primeiro beijo, cada momento vai estar gravado em minha memória, me fazendo sorrir sempre que pensar nos momentos que passamos juntos. E a essas memórias se juntarão outras, pois cada momento com você é perfeito e memorável, e teremos toda uma vida para sorrir juntos.

Dois anos parece um tempo maravilhoso, ter você ao meu lado torna cada dia maravilhoso. E eu sei que é apenas o começo, porque quero ficar contigo muito mais que pra sempre.

Te amo meu lindo nerdesposo...

sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

Egoismo necessário...



Primeiro eu, assim mesmo, imensamente egoísta, primeiro o que eu penso primeiro o que eu quero primeiro o que me faz bem. Pensando melhor, primeiro eu, segundo eu, terceiro eu, quarto eu também, depois vem os outros. E esse egoísmo todo foi cuidadosamente cultivado a partir de um egoismozinho bem pequeno que eu sempre mantive escondido, quando ele inventava de aparecer eu logo dava um jeito de escondê-lo de novo e me repreender por ter deixado ele a mostra.

Mas o tempo passou, muita coisa aconteceu, e quando me dei conta, meu egoismozinho pequenino era a única coisa que eu tinha. A parte de mim que eu mantivera escondida era a única parte de mim que restara. E nesse dia eu chorei abraçada em mim mesma. Fazia tanto tempo que eu me esforçava para ser o que as outras pessoas precisavam que eu fosse que eu me perdi, eu quase deixei de existir.

E depois de todo choro eu decidi que isso nunca mais ia acontecer. Coloquei meu ego no sol e deixei crescer, bati o pé todas as vezes que alguém tentava me convencer a guardá-lo outra vez. Gritei com alguém pelos meus direitos pela primeira vez, e me senti maravilhosa com isso, tomei decisões que não agradavam as outras pessoas, trilhei meu caminho sozinha. E quando percebi que era isso que eu queria pra minha vida, sabia que estava no caminho certo.

Não vou mentir, chorei muitas vezes enquanto fazia minhas escolhas, diversas vezes me senti tentada a voltar a ser a garota que os outros queriam que eu fosse, é mais fácil não precisar escolher, mas sempre que olho pra trás eu me lembro do dia em que percebi que estava deixando de existir, e me mantenho firme nas minhas escolhas. Algumas pessoas não me cumprimentam mais, algumas não falam mais comigo, e algumas chegam a fingir que eu não estou ali, mas eu não vou mudar.

Primeiro eu, segundo eu, terceiro eu, quarto eu também, e só depois vêm os outros, como uma sábia pessoa me disse uma vez.

terça-feira, 9 de dezembro de 2014

Conquistas

Olá.
Faz um tempo que não apareço por aqui, mas juro que é por uma boa causa. Estive trabalhando na realização de um sonho, me tornar escritora, e esse esforço está sendo recompensado.
Recentemente tive um conto publicado no livro Assombros Juvenis IV.
E terei em breve um conto publicado através do concurso literário Feiticeiro das Letras.
É maravilhoso realizar sonhos e ver que o esforço está valendo a pena, em breve farei um sorteio de um, ou mais, exemplar de Assombros Juvenis IV,
Beijinhos!
Boas festas. Nos falamos em breve.

sábado, 5 de julho de 2014

Decisões...

As vezes é tão difícil tomar decisões, parece que por mais que estejamos certos daquilo que queremos as consequências são pesadas demais.
Dói pensar que aqueles que amamos não conseguem entender nossas diferenças ou necessidades, que a nossa felicidade seja a tristeza de outra pessoa. E nessas ocasiões cogitamos como seria deixar a felicidade da outra pessoa ser a base da decisão a ser tomada, passamos noites em claro sem conseguir chegar a decisão nenhuma. E começamos a afundar em um mar de dúvidas, tristezas, insegurança, dor e desespero.
E se decidimos desistir da nossa felicidade para que outra pessoa possa ficar feliz nossa alma adoece.
Por mais que tentemos nos convencer de que foi a decisão certa e que devemos ficar felizes não há como ser plenamente feliz.
Aquilo que deixamos de fazer, a verdadeira felicidade da qual abdicamos começa a nos corroer por dentro,
as necessidades que trancamos no fundo da alma para o bem de outros cresce, e sem ter espaço para onde se desenvolver nos esmaga por dentro...
E quando por fim nos sentimos esmigalhar, já não há mais saída, desmoronamos como um castelo de areia que é atingido pelas ondas...


Eu já me senti adoecer...
Já senti a dor de ter a alma esmagada por calar minhas vontades...
Já me senti morrer tentando manter quem eu amava feliz...
Já desmoronei e senti que não conseguiria me reconstruir...
Acho que não suportaria passar por isso outra vez.
Então por mais difícil que seja, desta vez eu decidi colocar minha felicidade em primeiro lugar.
Espero que entendam...