quinta-feira, 6 de março de 2014

Não mais...

Ela abriu os olhos, uma claridade tênue se infiltrava pela janela do quarto, o dia estava nascendo. Levantar da cama parecia ser algo imensamente difícil, então permaneceu ali, sentindo o quarto aquecer aos poucos enquanto o sol se firmava no céu. O mundo estava quieto, uma das vantagens de morar longe dos grandes centros, um ônibus parou em frente a sua casa, o barulho das crianças que estavam indo para a escola, depois silencio.
Um leve desconforto na boca do estômago, era preciso sair da cama, havia tantas coisa que precisavam ser feitas, mas por mais que seu cérebro lembrasse de todas as coisas que precisavam ser feitas naquele dia, seu corpo não respondia, só mais cinco minutos... só mais cinco minutos... só mais cinco minutos... dormiu novamente.
A manhã já estava quase no fim quando sua bexiga decidiu que não havia outra opção além de sair da cama.
Levantou, foi ao banheiro, escovou os dentes, lavou o rosto, decidiu que era um bom dia para ficar de pijama e foi até a cozinha, pensou em fazer um café... melhor não, logo teria de fazer almoço, por que ter esse trabalho a mais.
Ligou a TV procurou um bom programa, não tinha, deixou em um programa razoavelmente interessante e deitou no sofá. A casa precisa ser arrumada, um cesto de roupas precisam ser lavadas, os cachorros precisam ser alimentados, o almoço precisa ser feito, e para fazer essas coisas é preciso vestir outra roupa. A lista mental prosseguiu, até não ter outro jeito, era preciso sair do sofá, afinal os bichos não tinham culpa dessa letargia que ela estava sentindo.
Uma tarefa foi feita, mais uma, e uma terceira foi iniciada, e então toda força de vontade que havia sido reunida para conseguir sair do sofá se extinguiu. Já estava na metade da tarde, um banho talvez ajude, mas não, terminou o banho vestiu qualquer coisa e sentou no sofá outra vez. Novelas não são tão ruins afinal, e o melhor que sempre tem outra passando quando termina a que se está vendo. 
Mais um dia passou e não foi nada produtivo, então o cérebro tenta animar "amanhã vamos fazer diferente, levantar cedo e fazer todas as tarefas." Ela acredita, deita na cama e espera o sono chegar, afinal talvez amanhã seja mesmo um dia melhor. Mas quando já está quase dormindo uma parte de si responde "amanhã vai ser absolutamente igual não importa o quanto você se engane." Então uma lágrima solitária escorre por seu rosto e ela adormece...